Resumen: Apoyado en una etnografía realizada entre 2018 y 2019 con personas participantes de una comunidad y cultura Sorda en Cali -principalmente de la Asociación de Sordos de Cali-, el presente artículo discute la pertinencia de adaptar los métodos de registro y escritura investigativa a las poblaciones con las que se trabaja. Por una parte, explora metodologías etnográficas situadas dentro de discusiones más amplias, relacionadas con la antropología de los sentidos, la etnografía sensorial, el problema de representación, las políticas de transcripción y el uso de dibujos como herramienta metodológica. Por otra, este artículo recoge reflexiones éticas sobre el consentimiento, el enfoque, la sensibilidad frente al contexto y el posicionamiento asumido en campo, al optar por posicionarme no solo como antropóloga o socióloga, sino también como mujer hipoacúsica. Como resultado, se argumenta que una correcta lectura previa del contexto de la población a etnografiar permite construir diseños metodológicos y éticos que no solo evitan activamente reproducir violencias históricas denunciadas -como la epistémica-, sino que también posibilitan puntos de entrada, lecturas y análisis, que prioricen las experiencias locales y personales de existencia, las categorías emergentes y el cuerpo como dato potencial para entenderlas. Así, el artículo expone decisiones éticas y metodológicas de una investigación realizada desde una perspectiva de etnógrafa insider, que se centra en aspectos sociales, políticos, y culturales de la Sordedad. Es, justamente, en la exploración de nuevas perspectivas interseccionales y sensorialmente diversas que logren desafiar las tradicionales lecturas capacitistas, que este texto pretende estimular el debate en torno a estas identidades colectivas que negocian su existencia en el marco de la multiculturalidad como escenario de concertación de derechos exigibles.
Resumo: Apoiada numa etnografia realizada entre 2018 e 2019 com pessoas participantes de uma comunidade e cultura surda em Cali, Colômbia - principalmente da Associação de Surdos de Cali -, este artigo discute a pertinência de adaptar os métodos de registro e escrita investigativa às populações com as quais se trabalha. Por um lado, explora metodologias etnográficas situadas dentro de discussões mais amplas, relacionadas com a antropologia dos sentidos, a etnografia sensorial, o problema de representação, as políticas de transcrição e o uso de desenhos como ferramenta metodológica. Por outro, este artigo reúne reflexões éticas sobre o consentimento, a abordagem, a sensibilidade ante o contexto e o posicionamento assumido em campo, ao optar por me posicionar não somente como antropóloga ou socióloga, mas também como mulher hipoacústica. Como resultado, é argumentado que uma adequada leitura prévia do contexto da população a etnografar permite construir desenhos metodológicos e éticos que não somente evitam ativamente reproduzir violências históricas denunciadas - como a epistêmica -, mas que também possibilitam pontos de entrada, leituras e análises, que priorizem as experiências locais e pessoais de existência, as categorias emergentes e o corpo como dado potencial para entendê-las. Assim, este artigo expõe decisões éticas e metodológicas de uma pesquisa realizada a partir de uma perspectiva de etnógrafa insider, que se foca em aspectos sociais, políticos e culturais da surdez. É justamente na exploração de novas perspectivas interseccionais e sensorialmente diversas que consigam desafiar as tradicionais leituras capacitistas que este texto pretende estimular o debate em torno dessas identidades coletivas que negociam sua existência no âmbito da multiculturalidade como cenário de acordo de direitos exigíveis.
Abstract: Supported by an ethnography conducted between 2018 and 2019 with people -mainly from the Deaf Association of Cali- participating in a deaf community and culture in Cali, this article discusses the relevance of adapting the recording and investigative writing methods to the populations with whom we work. On the one hand, it explores ethnographic methodologies situated within broader discussions related to the anthropology of the senses, sensory ethnography, the problem of representation, the politics of transcription and the use of drawings as a methodological tool. On the other hand, this article gathers ethical reflections on consent, approach, sensitivity to the context, and the positioning assumed in the field, by choosing to position myself not only as an anthropologist or sociologist, but also as a hard of hearing woman. Thus, it is argued that a correct prior reading of the context of the population to be studied enables the construction of methodological and ethical designs that not only actively avoid reproducing denounced historical violence -such as epistemic violence-, but also provide entry points, readings, and analyses that prioritize local and personal experiences of existence, emerging categories, and the body as potential data to understand them. The article presents the ethical and methodological decisions involved in a study conducted from the perspective of an insider ethnographer, focusing on the social, political, and cultural aspects of Deafhood. It is precisely in the exploration of new intersectional and sensorially diverse perspectives that challenge the traditional ableist readings that this text intends to spark the debate on these collective identities that negotiate their existence within the framework of multiculturalism as a stage for the consolidation of enforceable rights.
